por estes dias publiquei, aqui, o texto introdutório do encarte do cd "Avinu Malkenu" (2010)… e não sei quantos de vocês de fato lêem estes textos, mas desde o "poemas e canções" (2002), já, meio que criei o hábito de escrever um texto que tentasse sintetizar o que, através das canções, creio estar querendo dizer… digo "creio estar querendo dizer", porque parto do pressuposto que a gente sempre diz muito mais do que a gente planeja dizer e que o nosso discurso jamais poderia ser totalmente controlado por nós. de qualquer maneira, estes textos buscam dar um cornice (moldura) dentro do qual o trabalho possa ou deva ser interpretado.
e como é um texto que eu realmente sempre quero que as pessoas leiam, independentemente de serem assíduos leitores de encarte ou não, quero, mesmo que antecipadamente, reproduzi-lo aqui.
nem sempre uma das premissas do mundo ocidental se prova verdadeira; os opostos, os paradoxos e o que é fundamentalmente diferente nem sempre precisa estar separado ou distante um do outro. aliás, não é difícil perceber que algumas das coisas mais belas deste planeta freqüentemente são fruto de combinações improváveis e/ou inesperadas…
é somente quando sol e chuva se fundem que temos o arco-íris; a lua cheia, quando vista de dia, parece ainda mais bonita, quase transparente contra um céu azul; e o que dizer das fontes de água quente que na islândia jorram em meio a um deserto de gelo…
sempre que o ser humano segue estes exemplos da natureza (de unir o que a princípio parece inconciliável) coisas incríveis e maravilhosas acontecem.
se isto é verdade na natureza e nas relações humanas, quanto mais nas artes! o novo fica tão mais bonito quando emoldurado do velho; o moderno tão mais profundo quando enraigado numa tradição; a erudição tão mais elegante quando de mãos dadas com a simplicidade…
no plano espiritual também não é muito diferente. algumas verdades são tão abrangentes que não podem se restringir somente ao passado, presente ou futuro… algumas só encontram seu real sentido quando coexistem.
o Reino de D-S é assim. ele só vai existir porque já existe. e se existe hoje em parte, é porque (já existiu com o Messias e) um dia vai existir plenamente. já, mas não ainda…
há aqueles que se omitem no presente, tamanho seu foco na eternidade. há aqueles que negam a eternidade, tamanho seu comprometimento em mudar o presente. e já me vi fazendo o papel tanto de um quanto do outro.
atribui-se a martinho lutero a afirmação: “se eu soubesse que amanhã fosse o dia do juizo final, ainda hoje plantaria uma macieira.”
é quando nada mais pode ser feito, ou fazer qualquer coisa parece ter perdido o sentido, que tudo o que é feito se torna uma revelação de caráter. ao mesmo tempo que é assombroso pensar em fazer qualquer coisa, contribuir de qualquer maneira para um ser que é Todo-Poderoso ao ponto de ser imutável (o mesmo ontem, hoje e eternamente), como permanecer inerte perante tudo o que Ele fez e faz, tudo o que Ele é?!
exigir que fizéssemos algo que Lhe pudesse acrescentar alguma coisa seria esmagador. impedir-nos de retribuir tudo o que recebemos e somos por Sua causa igualmente um castigo. por isto Ele nos pede que façamos pelo próximo o que gostaríamos de fazer por Ele. pelo órfão, pela viúva e pelo estrangeiro. por aqueles que não possuem perspectiva e expectativa. por aqueles que não compartilham sequer de nossas perguntas, quem dirá de nossas respostas.
se servimos ao Rei do universo porque é honroso servi-Lo, não servimos outro a não ser nós mesmos. quantos não querem servir ao Criador, oprimindo Suas criaturas! mas servir a D-S é servir a Seus pequeninos. e é quando o fazemos que nos tornamos um com o Rei, que Criador e criatura se unem para plantar uma semente que vai desde o aqui e agora até a eternidade.
é somente quando sol e chuva se fundem que temos o arco-íris; a lua cheia, quando vista de dia, parece ainda mais bonita, quase transparente contra um céu azul; e o que dizer das fontes de água quente que na islândia jorram em meio a um deserto de gelo…
sempre que o ser humano segue estes exemplos da natureza (de unir o que a princípio parece inconciliável) coisas incríveis e maravilhosas acontecem.
se isto é verdade na natureza e nas relações humanas, quanto mais nas artes! o novo fica tão mais bonito quando emoldurado do velho; o moderno tão mais profundo quando enraigado numa tradição; a erudição tão mais elegante quando de mãos dadas com a simplicidade…
no plano espiritual também não é muito diferente. algumas verdades são tão abrangentes que não podem se restringir somente ao passado, presente ou futuro… algumas só encontram seu real sentido quando coexistem.
o Reino de D-S é assim. ele só vai existir porque já existe. e se existe hoje em parte, é porque (já existiu com o Messias e) um dia vai existir plenamente. já, mas não ainda…
há aqueles que se omitem no presente, tamanho seu foco na eternidade. há aqueles que negam a eternidade, tamanho seu comprometimento em mudar o presente. e já me vi fazendo o papel tanto de um quanto do outro.
atribui-se a martinho lutero a afirmação: “se eu soubesse que amanhã fosse o dia do juizo final, ainda hoje plantaria uma macieira.”
é quando nada mais pode ser feito, ou fazer qualquer coisa parece ter perdido o sentido, que tudo o que é feito se torna uma revelação de caráter. ao mesmo tempo que é assombroso pensar em fazer qualquer coisa, contribuir de qualquer maneira para um ser que é Todo-Poderoso ao ponto de ser imutável (o mesmo ontem, hoje e eternamente), como permanecer inerte perante tudo o que Ele fez e faz, tudo o que Ele é?!
exigir que fizéssemos algo que Lhe pudesse acrescentar alguma coisa seria esmagador. impedir-nos de retribuir tudo o que recebemos e somos por Sua causa igualmente um castigo. por isto Ele nos pede que façamos pelo próximo o que gostaríamos de fazer por Ele. pelo órfão, pela viúva e pelo estrangeiro. por aqueles que não possuem perspectiva e expectativa. por aqueles que não compartilham sequer de nossas perguntas, quem dirá de nossas respostas.
se servimos ao Rei do universo porque é honroso servi-Lo, não servimos outro a não ser nós mesmos. quantos não querem servir ao Criador, oprimindo Suas criaturas! mas servir a D-S é servir a Seus pequeninos. e é quando o fazemos que nos tornamos um com o Rei, que Criador e criatura se unem para plantar uma semente que vai desde o aqui e agora até a eternidade.
ps.: estou MUITO ansioso pra este cd sair logo e pra vocês poderem me dar as impressões de vocês!!!