22.5.09

1. é preciso apenas crer (prólogo)

a gravação original desta faixa se deu pelo quarteto arautos do Rei, no ano de meu nascimento, 1979, no então ainda vinil "não desistir". nesta época mário jorge lima, autor desta canção, era o diretor musical e pianista dos arautos, e meu pai, francisco gonçalves, era o barítono. foi a única música brasileira a ser gravada para este disco (nesta época ainda se gravava primordialmente versões).

a conheci num projeto maluco/interessantíssimo que o nelsão inventou para um culto de domingo no
iasp, em 2002, na época em que meu irmão mais velho era professor de religião lá, de montarmos um quarteto com allan breno, 1o tenor, comigo fazendo o 2o tenor, meu irmão andré no barítono e samuel campos como baixo. pra quem não sabe: samuel campos foi o primeiro baixo dos arautos do Rei em 1963. o repertório seriam músicas contemporâneas dele. a música "é preciso apenas crer" já habitava o meu inconsciente, mas foi durante os ensaios para este culto que pude compreender e constatar sua verdadeira beleza e grandeza.

esta foi uma das primeiras músicas a entrar para o repertório sendo que a pré dela foi feita ainda em 2004. esta também foi uma das músicas responsáveis pela idéia, que só depois tomou forma, de dividir o cd em 3 blocos, separando os mesmos por músicas à capella. sempre me pareceu 'a música' pra abrir o "viver e cantar", pelo significado, pela história, pela mensagem e, claro, também por esta sonoridade tão gregoriana e ao mesmo tempo brasileira que lhe é peculiar; ela parece ser de um tempo e de um lugar tão remotos quanto familiares; ela consegue soar erudita e ao mesmo tempo folclórica (na verdade a música erudita sempre pegou temas folclóricos emprestados, especialmente no período romântico).

eu a princípio queria gravar o arranjo original do mário jorge, mas resolvi, por fim, gravar a primeira estrofe no original e a segunda num arranjo novo que ficou à cargo do meu irmão andré pra criar a ponte no tempo (para uma música atemporal).

a gravação em si foi bem difícil. de todas as músicas à capella, esta foi a que não tinha nenhum andamento pré-estabelecido, nenhuma contagem, nenhuma maneira de sustentar o tom, nesta harmonia em momentos tão inesperada. comecei gravando o 2o tenor, que foi a voz que aprendi inicialmente. depois gravei o barítono, depois o baixo, depois o 1o tenor. daí eu refiz o 2o tenor. depois de editar e afinar tudo, re-escutando, não gostei. e resolvi gravar tudo de novo, que, agora, já era bem mais fácil, porque usei a versão da qual não tinha gostado como base no fone de ouvido, em cima da qual eu gravaria novamente. entre a gravação e regravação eu já conheci a blacy (minha fono) e a presença dela pro resultado e pra minha satisfação desta faixa foi fundamental.

parabéns ainda para o quarteteiro de plantão adilson k. rodrigues (o engenheiro) pela mixagem incrível! ele escreveu o volume nota por nota, voz por voz desta canção de modo a vocês poderem ouvir com clareza qualquer uma das 4 vozes em qualquer momento que desejarem.

introdução...

eu prometi há muito tempo iniciar uma sequência de comentários a respeito de cada música do meu (por enquanto) mais recente cd "viver e cantar"... creio que a maioria de vocês sequer lembra disto, dado a demora em eu cumprir esta promessa (deve ter sido bem lá no início, na criação deste blog e do meu myspace); mas agora que finalmente (!!!!!!!) o lançamento do playback está prestes a se tornar realidade, vai dar pra vocês ouvirem e repararem em alguns detalhes que a voz principal às vezes encobre um pouco, na mixagem.

não... na verdade nem é isto, não, rs... é que eu criei vergonha na cara, mesmo, rsrsrs...!