19.2.12

grammy 2012…

este foi um texto que escrevi, mas, ao terminá-lo, percebi que tinha muito mais que ver com o observatório cristão (blog comandado por mauricio soares) do que com este meu blog… segue o link para vocês conferirem, caso tenham interesse:

a única coisa que eu esqueci de levar em consideração foi que no ano passado, já, o "melhor álbum" ficou por conta de um cd totalmente autoral e orgânico, a dizer o "the suburbs" do arcade fire.

em breve mais textos aqui, porque já estamos em fase de lançamento de um novo cd, rs…!


16.2.12

texto de introdução do encarte de "Avinu Malkenu"

estou terminando de escrever todo o texto para o encarte de "princípio e fim" e, claro, não pode faltar um texto de introdução ao projeto. pra me ajudar nisto, acabei relendo todos os textos de introdução dos meus cds anteriores e me senti tocado a postar aqui o texto que introduz/apresenta o meu cd em hebraico "Avinu Malkenu". não sei quantos de vocês possuem este cd, que foi lançado pela sony music em setembro de 2010, e nem sei quantos dos que possuem uma cópia se deram ao trabalho de ler o texto introdutório. este texto, em particular, mexe comigo e o quis compartilhar com vocês:


vivemos num mundo em que “comunicação” no sentido mais profundo da palavra tem se tornado algo cada vez mais raro. talvez isto se dê pelo fato da gente tentar demais, falar demais e fazer questão demais de ser ouvido, quando a verdadeira comunicação transcende o domínio das palavras.

arte é uma maneira maravilhosa de se comunicar. podemos estar diante de uma mesma obra, enxergar coisas completamente distintas e, ainda assim, sentirmos uma conexão um com o outro. e comunicação mais tem que ver com esta conexão do que com compreensão de fato.

durante milênios o homem tem buscado em vão compreender a si mesmo, a D-s e um ao outro. o que D-s quer, no entanto, é ter uma conexão significativa conosco, e que nós o tenhamos com Ele e com o nosso próximo. “buscar compreender” até pode significar isto, mas palavras podem ser mal-interpretadas; atos podem ser mal-interpretados; arte, porém, de uma maneira muito peculiar, tem a capacidade de nos ajudar a vislumbrar conceitos que talvez ainda não tenhamos condições de compreender plenamente.

em 2002 eu descobri, muito por acaso, que eu tenho ascendência judaica… e embora eu tenha desde sempre tido uma curiosidade inexplicável por tudo o que diz respeito ao judaismo, creio que saber disto foi o gatilho para eu embarcar no maior dos exercícios de alteridade a que eu poderia me propor: ser “eu” em uma língua, cultura e linguagem por mim até então desconhecidos.

por isto, mais do que qualquer outra coisa, este projeto é um convite aberto “a quem interessar possa” para um diálogo. não para aquele diálogo em que cada um expõe com distanciamento o que pensa a respeito de um assunto, mas para um diálogo baseado na troca de experiências, no compartilhar da própria existência. pois se nossas respostas divergentes ainda estão causando dissenção, desrespeito e desamor, talvez ainda não tenhamos aprendido a fazer as perguntas certas. afinal, só existe Um Pai… e Um Rei.
 

é isso… talvez ainda estejamos fazendo as perguntas erradas… (nem acredito que eu escrevi isto, rs…!)