4.4.08

credicard...



a quantidade de dúvidas, questionamentos, indagações e comentários a respeito de segunda-feira realmente é algo que me impressionou. quem sabe eu tenha, mesmo, subestimado a importância e repercussão de uma apresentação no credicard hall com aline barros, muito embora eu tenha me preparado para aquele dia com a compreensão de que possa ter sido um dos mais importantes para meu ministério até agora (principalmente tendo em vista o que denominam de "o grande público").
interessante é que já em 2004 dividi o palco com joão alexandre em salvador, ba, em um evento numa das melhores e maiores casas fechadas daquela cidade (a dizer o auditório "yemanjá") numa das, pra mim, mais significativas apresentações da minha vida. a repercussão no sentido desta a que me estou referindo agora, foi, no entanto, quase nula. será que foi, mesmo, apenas pelo fato de ser um evento de proporções muito menores?
uma grande parcela do meu público diz ter estranhado o fato de eu dividir um palco com um cantor de outra denominação que a minha... esta parcela deve ser, mesmo, mal informada ou apenas agora resolveu dar vazão a seus sentimentos, porque já em 2002 abri um show da aline barros em parauapebas, pa, e dividi palco com ela novamente em 2003, no via funchal, numa programação entitulada "saúde 10 x fome 0" (ainda com o raiz coral e o renascer praise). isto sem falar nas participações especiais que até já gravei com não poucos cristãos de outras denominações. 
pra resumir o que penso a este respeito e já pra incluir, também, o que penso a respeito de cantar em igrejas de outras denominações, só mesmo a contundência do já acima citado joão alexandre quando, naquela mesma programação em 2004, indagado a respeito de se ele cantaria ou não num ambiente que não fosse evangélico, respondeu: “eu cantaria no inferno se me convidassem.” e eu acrescento: “só que o meu repertório, à minha maneira.”
é evidente que de modo algum acho que igrejas de outras denominações e/ou o credicard hall com aline sejam o inferno; esta frase só radicaliza a idéia pra revelar um princípio.
para o povo de israel o exílio foi um acontecimento tão marcante e tão “traumatizante” que mudou para sempre a maneira deste povo agir. pra começar: o povo NUNCA MAIS caiu na idolatria (como se a idolatria fosse o único problema espiritual necessário de ser evitado). a lógica era muito simples: “fomos exilados porque transgredimos a Lei. e transgredimos a Lei porque tivemos contato com outros povos.” pra não mais transgredirem a Lei eles começaram a criar centenas de leis menores cujo objetivo, na verdade, era fazer com que a Lei (maiúsculo) não mais fosse transgredida e se isolaram completamente das nações pagãs circunvizinhas; isto com o objetivo de nunca mais correrem perigo de serem exilados. é mais fácil guardar centenas de leis humanas e fugir de qualquer influência externa do que buscar um relacionamento pessoal e profundo com D-s e é inclusive mais fácil saber quem guarda um apanhado de leis do que quem tem intimidade com seu Criador. deste modo (pra poder conferir, rs.!), motivados pelo medo e não pelo Amor, eles gradativamente foram caindo numa religiosidade em que as aparências e o formato acabaram por importar mais do que o conteúdo em si e era o formato que determinava se estava ou não havendo “fogo estranho” no meio do povo de D-s. as pessoas se escandalizavam com tudo o que diz respeito à forma deixando de lado o conteúdo.
não existe língua pior ou melhor: o alemão não é superior ao português nem o inglês superior ao finlandês. o que importa numa língua não é como ela soa, mas o que você diz nela; e, claro, se tem alguém que está entendendo o que você está dizendo, rs.
e mesmo que aconteça um dia de outra pessoa antes ou depois de mim, no mesmo púlpito ou palco, em “outra língua” ou linguagem diga algo completamente diferente do que eu penso, acredito ou até mesmo creio que eu deva dizer (só lembrando que isto também pode acontecer dentro da mesma denominação, certo?): isto deveria me impedir de falar? isto deveria me calar?
eu agradeço profunda e eternamente a D-s pelo privilégio e oportunidade de dividir o palco com a maior cantora evangélica da atualidade, mesmo que a linguagem musical e de expressão de palco sejam (até por motivos de temperamento e experiência) diferentes da minha. e me perturba pensar que todos os comentários até agora me levem a pensar que a maior preocupação esteja sendo o nome da igreja e o estilo de música e/ou de apresentação.
outra coisa: eu saí de cabeça baixa, porque eu NUNCA saio de cabeça erguida. e eu não me despedi do público, rs, porque acho que estou acostumado a cantar em igreja, mesmo... não me despeço e normalmente vou direto pra porta da igreja pra cumprimentar os irmãos na saída... só que no credicard acho que não dá pra fazer isto, rsrsrs... desculpe se fui mal interpretado por isto. isto se deu simplesmente devido à minha falta de experiência em eventos assim...

Nenhum comentário: